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Assassinato de líder pataxó hã-hã-hãe choca em Brumadinho

Foto: divulgação

Na manhã desta segunda-feira, em uma situação extremamente lamentável, o reconhecido cacique pataxó hã-hã-hãe Merong Kamakã Mongoió encontrou seu trágico fim em Brumadinho, Minas Gerais. Conforme divulgado por alguém ligado à Comissão Pastoral da Terra (CPT) em Minas Gerais, Merong tinha compartilhado, em um diálogo realizado em 25 de fevereiro, seu intento de “expandir as batalhas” pela causa indígena.

A liderança de Merong era incontestável na chamada Retomada Kamakã Mongóio, situada no Vale do Córrego de Areias, município de Brumadinho. A Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), por meio de um comunicado, ressaltou que Merong dedicou sua vida não apenas à defesa de seu povo, mas também de outras etnias indígenas, incluindo os kaingang, xokleng e guarani. Nascido em Contagem, Minas Gerais, e tendo se mudado para a Bahia na infância, Merong também teve um papel ativo no Rio Grande do Sul, fazendo parte da Ocupação Lanceiros Negros, que teve um papel importante no apoio às retomadas xokleng konglui em São Francisco de Paula e guarani mbya em Maquiné.

A Funai expressou pesar pela morte de Merong, solidarizando-se com amigos e familiares neste momento de dor.

No cenário de defesa territorial, os pataxó hã-hã-hãe possuem comunidades na Reserva Indígena Caramuru-Paraguassu e na Terra Indígena Fazenda Baiana, localizadas no sul e baixo-sul da Bahia, respectivamente. A Agência Brasil noticiou, em dezembro passado, o assassino de outro cacique pataxó hã-hã-hãe, Lucas Kariri-Sapuyá, de 31 anos, num ataque perpetrado por indivíduos mascarados, fatos que ressaltam a perigosa realidade enfrentada pelos líderes indígenas na defesa de seus territórios.

A Reserva Indígena Caramuru-Paraguassu já foi palco de inúmeras invasões e disputas, marcadas por violentos conflitos com fazendeiros e posseiros. Fica evidente a recorrência de ataques contra lideranças indígenas, como demonstrado pelo assassinato do cacique João Cravim em 1988, e Galdino Jesus dos Santos, brutalmente assassinado em 1997 em Brasília. Recentemente, em janeiro deste ano, a liderança pataxó hã-hã-hãe Maria de Fátima Muniz de Andrade, conhecida como Nega Pataxó, também teve sua vida ceifada em um ataque, deixando a comunidade em estado de choque e luto.

Apesar dos pedidos de informação, a Secretaria de Segurança de Minas Gerais ainda não se pronunciou sobre o caso de Merong. Estas informações são fornecidas com a colaboração da Agência Brasil, que segue acompanhando de perto as questões indígenas no país.

Fonte: https://portalmanausalerta.com.br/lula-propoe-mocao-da-celac-a-onu-pelo-fim-do-genocidio-em-gaza/

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