A Ucrânia anunciou nesta segunda-feira (16) que solicitou a participação das Nações Unidas e do Comitê Internacional da Cruz Vermelha (CICV) em esforços humanitários na região de Kursk, na Rússia, após uma incursão transfronteiriça por forças ucranianas.
O exército ucraniano permanece em Kursk por mais de um mês após o início do ataque, durante o qual o presidente Volodymyr Zelensky afirma que Kiev assumiu o controle de aproximadamente 100 assentamentos. Já o Ministério da Defesa da Rússia declarou nesta segunda-feira que suas forças retomaram o controle de mais duas aldeias.
Andrii Sybiha, ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, afirmou que instruiu seu ministério a convidar a ONU e o CICV para atuar na região de Kursk no domingo (15). O ministério confirmou a emissão dos convites. “A Ucrânia está pronta para facilitar seu trabalho e provar sua adesão ao direito internacional humanitário”, disse Sybiha no X após visitar a região de Sumy, de onde partiram as forças ucranianas para a incursão transfronteiriça.
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O ministro afirmou que o exército ucraniano está assegurando assistência humanitária e passagem segura para civis em Kursk. O Ministério das Relações Exteriores reforçou que os convites foram enviados ao CICV e à ONU “considerando a situação humanitária e a necessidade de garantir adequadamente os direitos humanos básicos no território da região de Kursk”. Também foi solicitado ao CICV que monitore a conformidade da Ucrânia com os princípios do direito internacional humanitário.
Ainda não está claro como, ou se, a ONU e o CICV responderam. A agência de notícias estatal russa TASS citou o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, alegando que tais declarações são “provocativas”. Peskov deixou claro que Moscou, que iniciou sua invasão em larga escala da Ucrânia em 2022, espera que a ONU e o CICV não aceitem os convites.
Um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Ucrânia declarou que a reação do Kremlin mostra falta de respeito pelas necessidades humanitárias de seu próprio povo e medo de permitir que observadores internacionais vejam a situação em Kursk.
A agência de notícias estatal russa RIA informou que a presidente do CICV, Mirjana Spoljaric, chegou a Moscou e planeja se encontrar com o ministro das Relações Exteriores, Sergei Lavrov.
Na semana passada, bombardeios russos mataram três ucranianos que trabalhavam para o CICV e feriram outros dois em uma vila na região de Donetsk, na linha de frente, conforme informações de autoridades ucranianas. Spoljaric condenou os ataques.
Veja o que sabemos sobre a incursão da Ucrânia em território russo.