Primeiras-Damas dos EUA: Moda e Simbolismo em Posse Presidencial
Quando um novo presidente dos Estados Unidos assume o cargo, a primeira-dama já pode ser uma figura conhecida, seja devido às suas aparições ou mesmo à sua ausência durante a campanha eleitoral, ou ainda por seus papéis anteriores na Casa Branca. Desde 1965, quando Lady Bird Johnson encabeçou suas campanhas ambientais, tornou-se tradicional que as primeiras-damas — e possivelmente no futuro, primeiros-cavalheiros — desenvolvessem suas próprias políticas.
A posse presidencial oferece uma oportunidade única para a primeira-dama causar uma impressão imediata — e muitas vezes elas o fazem através de suas escolhas de moda durante o evento, que se estende do dia para a noite. Em 2021, Jill Biden simbolizou a união ao usar um vestido de marfim personalizado e um casaco de cashmere da designer Gabriela Hearst, adornado com as flores federais de todos os estados e territórios americanos.
Quatro anos antes, Melania Trump optou por um vestido de cashmere da Ralph Lauren e uma jaqueta curta de gola alta em um tom azul bebê, evocando a imagem da ex-primeira-dama Jacqueline Kennedy e todo o prestígio fashion que sua imagem traz.
História e Tradição na Moda das Primeiras-Damas
A tradição de usar a moda como uma declaração remonta a 1912, quando Helen Taft doou seu vestido do baile de posse ao Museu Nacional de História Americana do Smithsonian. Desde então, o museu tem coletado cada look de posse para a coleção Primeiras-Damas, adicionando longevidade e importância às escolhas de vestuário, preservando-as para o público.
Algumas primeiras-damas cujos trajes de posse carregavam profundo simbolismo — e às vezes, causavam controvérsia — merecem destaque.
Caroline Harrison
A elevação da moda americana é hoje uma expectativa quando se trata de vestir a primeira família — com Ralph Lauren se tornando o primeiro estilista a receber a Medalha Presidencial da Liberdade recentemente, após uma longa história de vestir presidentes e primeiras-damas. Mas essa declaração de orgulho nacional pode ser rastreada até 1889, quando Caroline Harrison fez uma declaração tácita ao escolher um look para o baile inaugural inteiramente feito nos Estados Unidos, apoiando a política econômica “América primeiro” do Presidente Benjamin Harrison.
Foi um esforço multiestadual, com um vestido da Ghormley, Robes et Manteaux em Nova York, tecido de seda brocada da Logan Silk Company em Finger Lakes e um padrão de carvalhos burr desenhado por Mary Williamson, uma homenagem ao ex-presidente William Henry Harrison, avô de Benjamin.
Mamie Eisenhower
Mamie Eisenhower entendia o poder da imprensa e a importância do hype. Em 1953, apesar dos pedidos dos jornais para divulgar os detalhes de seu vestido de posse, ela estrategicamente segurou seu comunicado de imprensa e fotos até a semana anterior, segundo o Smithsonian.
O vestido, projetado por Nettie Rosenstein, tinha mais de 2.000 strass costurados à mão, acompanhado por luvas de ópera, uma bolsa cravejada de strass e um colar de pérolas de três voltas. A cor de seu vestido, um rosa Renoir delicado, mas definido, tornou-se sua assinatura. Em seu retrato oficial por Thomas Edgar Stevens, ela posou com o vestido ao lado de flores primaveris.
Jacqueline Kennedy Onassis
Jackie Kennedy não foi a primeira a ver a moda como uma ferramenta de soft power, mas é lembrada por sua eficiência. Embora o baile inaugural da noite fosse tradicionalmente o local para causar impacto, sua escolha mais notável foi seu chapéu pillbox, uma silhueta moderna em azul em pó pelo emergente chapeleiro Halston.
As roupas de Kennedy ao longo do dia, incluindo o vestido de chiffon de seda off-white usado no baile, solidificaram-na como uma força no mundo da moda e apoiaram a visão de John F. Kennedy de uma nova era transformadora para a presidência.
Lady Bird Johnson
Lady Bird Johnson, como primeira-dama, foi a primeira a ter um papel mais ativo durante o juramento presidencial, segurando a bíblia para Lyndon B. Johnson em 1965 — uma escolha que se tornou tradição. Embora já fosse primeira-dama há mais de um ano, a primeira posse do presidente ocorreu rapidamente após o assassinato de John F. Kennedy.
Nas fotos de 1965, Johnson se destaca em um vermelho marcante entre ternos pretos. Mas é seu vestido de cetim amarelo e casaco com acabamento em zibelina que se tornou memorável. Johnson considerou a segunda vida do vestido na exposição do Smithsonian, escolhendo um design de John Moore por sua durabilidade.
Rosalynn Carter
Figuras públicas que reutilizam looks são elogiadas hoje por escolhas sustentáveis — como Meghan Markle e Jane Fonda. Rosalynn Carter, uma pioneira da tendência, não recebeu a mesma recepção quando reutilizou um vestido desenhado por Mary Matise no baile inaugural em 1977.
Ela usou o vestido no baile de posse de seu marido como governador da Geórgia, seis anos antes. Sua escolha de estilo econômica visava destacar conquistas, mas a imprensa criticou a decisão.
Nancy Reagan
Após Rosalynn Carter, Nancy Reagan afirmou suas intenções em 1981 com um vestido branco caro de um ombro só no baile inaugural. Combinado com luvas de ópera brancas, ela transmitia elegância e luxo — mas enfrentou críticas por gostos extravagantes.
Em seu traje exterior naquele dia, Reagan introduziu o vermelho Reagan, que se tornou sua marca registrada durante os mandatos de seu marido.
Michelle Obama
Durante seus dois mandatos, Michelle Obama elevou o perfil de designers americanos emergentes, começando com Jason Wu, que desenhou seu vestido inaugural em 2009. Mas foram suas luvas verde-sálvia da J. Crew, usadas com um casaco de Isabel Toledo, que chamaram a atenção do público.
A escolha da J. Crew por Obama marcou o início de um longo relacionamento com a marca, reconhecido pela Time em 2017 por sua economia e estilo acessível.
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