Manaus, capital do Amazonas, enfrenta uma situação cada vez mais preocupante com a seca extrema, a baixa qualidade do ar e as queimadas em cidades vizinhas. Especialistas em meio ambiente estão alarmados com as consequências desses eventos, que estão sendo agravados pelas mudanças climáticas.
De acordo com o porta-voz do Greenpeace Brasil, Rômulo Batista, a população de menor renda do Amazonas está encontrando dificuldades de locomoção devido à seca, já que os rios, igarapés e lagos são os principais meios de transporte. Isso impacta o acesso a serviços essenciais, como bancos, saúde, educação, alimentação e abastecimento de água potável. O problema é ainda maior na região de Várzea, onde não há poços para coletar água potável.
O Rio Negro, um importante afluente do Rio Amazonas, atingiu um nível alarmante em Manaus, superando a marca histórica de 2010. A Defesa Civil do Amazonas declarou situação de emergência em 50 municípios e alerta em mais 10. As comunidades ribeirinhas estão sofrendo com a estiagem extrema, que afeta seu transporte, pesca e comércio.
Diante da dificuldade de deslocamento dos professores e alunos, a Prefeitura de Manaus antecipou o término do ano letivo das escolas ribeirinhas do Rio Negro. A seca está relacionada ao fenômeno climático El Niño, que começou em junho e deve se intensificar no início do verão.
Além da seca, Manaus também enfrenta problemas de qualidade do ar devido à fumaça das queimadas. A cidade ultrapassou os índices de poluição recomendados e pontos de calor foram registrados em todo estado do Amazonas. Até o Greenpeace alerta que a fumaça que chega a Manaus vem de regiões distantes.
Apesar de algumas chuvas terem aliviado um pouco a situação, o ar ainda está considerado ruim, segundo a Secretaria Municipal de Saúde. Recomenda-se evitar a exposição à fumaça e se hidratar.
Diante das adversidades, a Prefeitura de Manaus está realizando a Operação Estiagem, distribuindo cestas básicas, itens higiênicos e água potável para as comunidades ribeirinhas. Além disso, o Ministério do Meio Ambiente enviará brigadistas para combater os focos de calor na região.
A ministra Marina Silva destaca que as queimadas na Amazônia não são naturais, mas sim causadas por ações criminosas ou transformações da cobertura vegetal. É urgente que ações sejam tomadas para combater essa situação e proteger o ecossistema da região.
Fonte: https://www.metropoles.com/brasil/populacao-de-manaus-sofre-com-seca-extrema-e-queimadas-recordes