Protesto contra privatização da Sabesp agita a capital paulista
Na manhã desta quinta-feira (2), um grupo de pessoas se reuniu na Avenida Paes de Barros, no Alto da Mooca, na Zona Leste de São Paulo, para protestar contra a proposta do governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) de privatizar a Sabesp.
O ato contou com a presença de lideranças religiosas, como o padre Julio Lancellotti, coordenador da Pastoral do Povo da Rua, que destacou a importância de combater a privatização não apenas da Sabesp, mas também da CPTM e do Metrô. Segundo ele, a água é um bem divino e não pode ser tratada como mercadoria.
A privatização da Sabesp vem sendo discutida desde a campanha do governador Tarcísio de Freitas, e recentemente ganhou destaque nos noticiários após funcionários da estatal paralisarem os serviços em sinal de protesto. O governo, após concluir os estudos iniciais, enviou o projeto para a Assembleia Legislativa do estado, que precisa votar e aprovar a proposta.
Fundada em 1973, a Sabesp é uma das maiores empresas de saneamento do mundo e é responsável pelo fornecimento de água, coleta e tratamento de esgoto em todo o estado de São Paulo. A empresa é de economia mista, com o controle pertencendo ao estado, porém suas ações são negociadas nas Bolsas de Valores de São Paulo e Nova York.
Além de atender 375 municípios paulistas, onde vivem mais de 28 milhões de pessoas, a Sabesp também presta serviços em parceria com empresas privadas para outros quatro municípios do estado. A empresa possui mais de 12 mil funcionários e seu valor de mercado é estimado em R$ 39 bilhões.
Em 2021, a Sabesp conquistou destaque internacional ao ser finalista do “Global Water Awards” e é reconhecida por sua contribuição para o desenvolvimento do setor de água. No ano passado, a empresa registrou um lucro de R$ 3,12 bilhões, um aumento de 35% em relação ao ano anterior.
Enquanto a discussão sobre a privatização da Sabesp segue, manifestantes se unem para garantir que a água, um recurso essencial para a vida, continue sendo tratada com o devido cuidado e não apenas como uma mercadoria.