Prefeito de São Paulo propõe enterrar fiação elétrica para solucionar problemas causados por apagões
Segundo o prefeito Ricardo Nunes (MDB), a fiação elétrica enterrada seria a solução para os frequentes apagões que têm afetado a cidade de São Paulo. Em uma coletiva realizada na última segunda-feira (6), o prefeito afirmou que, se não fosse uma decisão judicial contrária, a prefeitura já estaria realizando esse trabalho de aterramento.
De acordo com Nunes, as concessionárias conseguiram derrubar na Justiça a obrigatoriedade de enterrar a fiação. No entanto, ele defende a utilização de recursos da Cosip (Contribuição para Custeio do Serviço de Iluminação Pública), arrecadados na conta de luz dos consumidores, para acelerar o processo de enterramento dos fios em áreas prioritárias.
Para enterrar toda a rede elétrica da capital paulista, seriam necessários cerca de R$ 20 bilhões, afirma o prefeito. Até o momento, aproximadamente 60 quilômetros de fios já passaram pelo processo de enterramento.
Nunes também destacou que, além de solucionar os problemas causados pelos apagões, a iniciativa permitirá a retirada de cerca de 300 postes da região central da cidade, contribuindo para a melhoria do atendimento à população.
Em relação aos afetados pela falta de energia, Nunes informou que há 185 mil imóveis sem energia elétrica na cidade de São Paulo, enquanto no estado o número chega a 300 mil. Em uma reunião realizada para discutir medidas diante da crise, o governador Tarcísio de Freitas (Republicanos) assegurou que o prazo dado pela Enel para a retomada do fornecimento será cumprido.
O restabelecimento da energia para as pessoas afetadas é a prioridade nesse momento, segundo o governador. É importante ressaltar que a falta de energia tem causado diversos transtornos, desde a perda de alimentos até dificuldades para trabalhar.
Diante dos problemas enfrentados, a Enel, responsável pelo fornecimento de energia elétrica, foi notificada pela Secretaria Nacional do Consumidor (Senacon). A empresa alega que essa foi a primeira vez que teve que lidar com um “acontecimento climático desse tamanho”. Tarcísio de Freitas relatou ainda que a interrupção também afetou o abastecimento de água.
A Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel) divulgou que 49% dos estabelecimentos do estado de São Paulo tiveram prejuízos de leve a moderados devido à falta de energia. A situação tem causado impacto não apenas na vida dos cidadãos, mas também na economia local.