Motorista aposentado é baleado durante campanha eleitoral sindical em São Paulo
Na noite desta terça-feira (21), um motorista aposentado, de 68 anos, foi vítima de um ataque a tiros na frente da garagem de ônibus da Viação Campo Belo, na Zona Sul de São Paulo. De acordo com relatos de testemunhas, um homem na garupa de uma moto disparou diversos tiros aleatoriamente em direção à calçada, atingindo o ombro do motorista, identificado como Antônio José Ferreira.
Antônio estava acompanhado de seu genro no momento do ataque e foi encaminhado consciente ao Hospital Campo Limpo, onde permanece internado com quadro de saúde estável. A polícia investigará se a motivação do crime foi eleitoral, já que o motorista participava da campanha eleitoral do sindicato em frente à garagem junto com membros de várias chapas concorrentes.
O Sindicato dos Motoristas e Trabalhadores em Transporte Rodoviário Urbano de São Paulo (SindMotoristas) está passando por uma disputa política interna, que acabou se manifestando nas ruas da cidade. Sindicalistas bloquearam nove terminais e corredores exclusivos de ônibus, prejudicando mais de 500 mil passageiros. A categoria conta com cerca de 45 mil filiados, sendo que 30 mil irão votar até esta quarta-feira (22) para eleger o novo presidente do sindicato. O processo eleitoral conta com a participação de quatro chapas, que questionam a forma de votação, com as chapas 1, 2 e 3 preferindo o voto eletrônico e a chapa 4 seguindo o estatuto, que determina o voto impresso.
A chapa 4, liderada por Edivaldo Santiago da Silva e apoiada por Crizinho, ex-presidente do sindicato, é alvo de controvérsias. Crizinho foi substituído por José Valdevan de Jesus, presidente anterior e atual candidato da chapa 2, após ser cassado por abuso de poder econômico e perder seus direitos políticos. Embora Valdevan Noventa tenha sido afastado da direção do sindicato em 2022 por uma decisão judicial, ele reassumiu o cargo na última sexta-feira, devido a uma liminar da Justiça Eleitoral de Aracaju, onde ele concorreu nas eleições. O próprio sindicato emitiu uma nota de repúdio às manifestações, mas, curiosamente, Crizinho ainda é apresentado como presidente.