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Tarcísio discorda de Nunes e indica possível elevação do preço do transporte em 2024: ‘Congelamento prolongado da tarifa prejudica a viabilidade das empresas’

O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), durante coletiva de imprensa na sede de Secretaria de Saúde, nesta quarta (29). — Foto: Rodrigo Rodrigues/g1

Governador de São Paulo indica possível aumento das tarifas de transporte público privatizado em 2024

Na quarta-feira (29), o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), deu indícios de que pode haver um aumento no valor das tarifas de Metrô, CPTM e trens metropolitanos privatizados a partir de 2024.

Desde janeiro de 2020, a tarifa está congelada em R$ 4,40, e segundo Tarcísio, a falta de reajuste tem prejudicado a situação financeira das empresas públicas, como Metrô e CPTM.

“A tarifa está congelada há muito tempo e é preciso fazer contas. Ou repassamos parte do custo para a tarifa ou mantemos o congelamento e aumentamos o subsídio. Quanto mais tempo a tarifa ficar congelada, maior será o subsídio necessário”, argumentou o governador.

“Toda vez que precisamos aumentar o subsídio, é necessário retirar recursos de algum lugar. O orçamento é limitado, e teremos que avaliar quais políticas públicas terão mais impacto. Não há almoço grátis”, acrescentou.

De acordo com o governador, apesar da tarifa não ter sido reajustada, o custo operacional do sistema aumentou. “Tenho a responsabilidade contratual de manter o sistema em funcionamento. As empresas públicas, Metrô e CPTM, não terão sustentabilidade financeira se não houver repasse. O congelamento prolongado da tarifa comprometerá a saúde financeira dessas empresas”, afirmou.

Embora tenha dado indícios de um possível aumento, o governador afirmou que ainda não há uma decisão final sobre o reajuste tarifário para o próximo ano. A decisão final está prevista para ser anunciada no final de dezembro.

Confronto de ideias entre Governo e Prefeitura de São Paulo

A declaração do governador de São Paulo vai na contramão do prefeito da capital, Ricardo Nunes (MDB), que pretende manter o preço das passagens congelado por mais um ano, devido às eleições municipais do próximo ano, nas quais ele é candidato à reeleição.

Na noite de terça-feira (28), Tarcísio e Nunes tiveram uma longa reunião no Palácio dos Bandeirantes, discutindo vários assuntos de interesse do estado e do município por duas horas e meia.

No entanto, Tarcísio reiterou nesta quarta-feira (29) que é contra a implantação da tarifa zero em São Paulo, mesmo aos domingos ou durante a noite, como pretende Ricardo Nunes a partir de dezembro nos ônibus da capital.

“O prefeito parte do pressuposto de que aos domingos e à noite os ônibus operam com capacidade reduzida. Isso é um fato. No entanto, essa redução ocorre em todos os horários. Quando liberamos o transporte em dias de provas como o Enem, isso tem um custo. É mais de R$ 10 milhões por dia. Portanto, considerando 54 finais de semana no ano, estamos falando de custos de cerca de R$ 540 milhões por ano. Meio bilhão de reais”, alertou o governador.

“Atualmente, o subsídio na prefeitura é superior a R$ 5 bilhões, no estado é de cerca de R$ 2 bilhões. Ao analisar os custos para manter um sistema que transporta mais de oito milhões de passageiros por dia, veremos que a conta é muito alta. Isso afetaria negativamente políticas públicas essenciais, como Saúde, Habitação e Educação. Os custos operacionais de transporte sobre rodas e sobre trilhos são completamente diferentes. Portanto, não vejo viabilidade financeira para essa iniciativa”, destacou o governador de São Paulo.

Greve de terça-feira (28)

O governador também abordou a paralisação dos trabalhadores do Metrô e da CPTM e voltou a ameaçar os grevistas com demissões, alegando suposto descumprimento da decisão judicial que determinava a operação de 80% da frota durante os horários de pico da paralisação ocorrida na terça-feira (28).

“A Justiça determinou isso, então quem estava escalado? A partir disso, vamos avaliar as condutas, considerar a legislação e a razoabilidade, e aplicar sanções graduais para evitar uma indisciplina generalizada e para não desrespeitar as decisões judiciais”, afirmou.

“Claramente, há a possibilidade de demissões dos funcionários grevistas. Vamos investigar cada conduta individualmente e, se comprovada a responsabilidade, aplicaremos as sanções necessárias, pois a ordem deve ser cumprida. Os direitos deles terminam onde começam os direitos dos outros”, acrescentou o governador.

Na terça-feira, durante um pronunciamento contra a greve, Tarcísio informou que um comunicado havia sido enviado individualmente aos funcionários, determinando quem deveria trabalhar para que a decisão judicial de manter 80% da operação fosse cumprida, sob pena de punição.

Anteriormente, por meio das redes sociais, ele já havia classificado a paralisação como “ilegal” e “abusiva”.

“Estamos trabalhando para minimizar os impactos de mais uma greve ilegal e abusiva que tenta colocar a população refém de uma pauta política e corporativa. Uma minoria que não hesita em impor prejuízos e sofrimento a milhares de trabalhadores por pura oportunismo. Não é apenas egoísmo, é irresponsabilidade e crueldade com quem depende do transporte público”, escreveu.

A greve contra as privatizações afetou parcialmente as linhas do Metrô e da CPTM, com início às 0h de terça-feira e duração de 24 horas. O governo estadual acionou a Justiça contra os grevistas.

O governador e o prefeito da capital, Ricardo Nunes (MDB), decretaram ponto facultativo em órgãos públicos da cidade. As aulas nas escolas municipais, estaduais e creches foram mantidas. Os funcionários da Fundação Casa apoiam a paralisação, mas não interromperam suas atividades.

Fonte: https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2023/11/29/tarcisio-diverge-de-nunes-e-sinaliza-aumento-no-valor-do-transporte-em-2024-tarifa-congelada-ha-muito-tempo-prejudica-saude-das-empresas.ghtml

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