logo-voz-sao-paulo
Pesquisar
Pesquisar
Close this search box.
Pesquisar
Close this search box.

Publicidade

Desigualdade em São Paulo: moradores dos Jardins e Itaim Bibi têm expectativa de vida 23 anos maior do que os residentes em Anhanguera, no extremo Norte da cidade.

censo, população, brasil, ibge, centro, sp, rua — Foto: Luiz Franco/g1

Desigualdade social: moradores dos Jardins e do Itaim Bibi vivem 23 anos a mais do que moradores de Anhanguera, aponta pesquisa

Uma nova pesquisa divulgada pela Rede Nossa São Paulo e o Instituto Cidades Sustentáveis revelou uma grande disparidade na expectativa de vida entre os moradores de diferentes regiões da cidade de São Paulo. De acordo com o Mapa da Desigualdade 2023, os habitantes dos bairros nobres dos Jardins e do Itaim Bibi vivem cerca de 23 anos a mais do que aqueles que residem no distrito de Anhanguera, localizado no extremo da Zona Norte da capital.

A média de idade ao morrer das pessoas que residem nos Jardins e no Itaim Bibi é de 82 anos, enquanto no distrito de Anhanguera essa média cai para apenas 59 anos, sendo o número mais baixo registrado. Já Marsilac, Iguatemi e Cidade Tiradentes apresentam uma média de idade de apenas 61 anos, a segunda pior da cidade. Por outro lado, os moradores de Moema, Consolação e Alto de Pinheiros possuem a segunda maior média de idade, com 81 anos. A média geral da cidade de São Paulo é de 71 anos.

O levantamento, realizado anualmente desde 2012, utiliza dados públicos para analisar a diferença entre os 96 distritos da capital em áreas como saúde, educação, moradia e cultura. O intuito é fornecer acesso às informações e auxiliar na formulação de políticas públicas mais eficientes.

No caso do indicador “idade média ao morrer” por cada distrito paulistano, foram utilizados dados fornecidos pela Secretaria Municipal da Saúde, que representam a realidade atual do território. O cálculo realizado consiste na soma das idades ao morrer dividida pelo número total de mortes multiplicado por 100.

Vale ressaltar que a média utilizada nesta pesquisa difere da “expectativa de vida”, que se trata de uma projeção dos anos que a população de determinada região deve viver caso as condições de nascimento sejam mantidas.

Além disso, foi observado que alguns dos distritos com as menores médias de idade também estão entre as regiões com maior número de homicídios na cidade. Socorro lidera essa lista, registrando 16,7 homicídios para cada 100 mil habitantes em 2023, o que representa 2,5 vezes a média da cidade. Cidade Tiradentes ocupa a segunda posição, com 16 homicídios por 100 mil habitantes, seguida por Vila Guilherme (15,7), Iguatemi (14,5) e São Rafael (14,3).

No que diz respeito aos homicídios cometidos contra jovens na faixa etária de 15 a 29 anos, Vila Guilherme é o distrito com o maior número, registrando 48,2 assassinatos para cada 100 mil habitantes, sendo 3,5 vezes a média da capital. Socorro aparece logo em seguida, com 46,1 homicídios, seguido por Marsilac (42,3), Cidade Tiradentes (36,3) e Iguatemi (33,3).

Outro dado relevante presente no Mapa da Desigualdade é a população da cidade de São Paulo. O distrito mais populoso é Grajaú, com 395.381 habitantes, enquanto Marsilac é o menos habitado, contando apenas com 8.499 pessoas.

Chama a atenção também a proporção de população preta e parda em alguns distritos da capital. Em alguns bairros de classe média e média alta, a quantidade de moradores negros não chega a 10%. Por exemplo, em Moema apenas 5,8% dos moradores são negros, enquanto no Alto de Pinheiros e no Itaim Bibi esse número é de 8,1% e 8,3%, respectivamente. Por outro lado, os distritos com maior proporção de negros estão localizados em áreas periféricas da cidade, como Jardim Ângela (60,1%), Grajaú (56,8%), Parelheiros (56,6%), Lajeado (56,2%) e Cidade Tiradentes (56,1%).

Os resultados dessa pesquisa reforçam a necessidade de políticas públicas que visem diminuir a desigualdade social e proporcionar melhores condições de vida para todos os moradores da cidade de São Paulo. Afinal, a diferença de expectativa de vida entre diferentes regiões da capital revela um grande desafio a ser enfrentado.

Fonte: https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2023/11/27/mapa-da-desigualdade-moradores-dos-jardins-e-itaim-bibi-vivem-23-anos-a-mais-do-que-quem-mora-em-anhanguera-extremo-norte-de-sp.ghtml

logo-voz-sao-paulo