Na última segunda-feira, dia 8, o Ministério da Saúde anunciou a implementação do Programa Mais Acesso a Especialistas. A iniciativa busca diminuir os períodos de espera por procedimentos cirúrgicos, exames e tratamentos no contexto do Sistema Único de Saúde (SUS), através do reforço do SUS Digital. Isso permitirá um acesso mais facilitado às informações e a expansão dos serviços remotos de saúde. Uma abrangência quase total foi notada, com praticamente todos os municípios do país, totalizando 99,9%, aderindo ao SUS Digital.
A abordagem até o momento nos serviços de saúde, tanto públicos quanto privados, baseia-se na realização de procedimentos como exames e consultas para receber investimentos e avaliações, desconsiderando a necessidade de um atendimento completo ao paciente ou de uma resolução eficiente dos problemas de saúde. Com a nova política, haverá um incentivo para que esses serviços aumentem sua oferta ao SUS, seguindo uma lógica renovada.
Nísia Trindade, a ministra da Saúde, salientou a importância dessa mudança. “O foco anterior estava nos procedimentos individuais, desconsiderando a necessidade de um acompanhamento contínuo do paciente até a solução do problema”, explicou. Segundo ela, a integração inexistente entre os cuidados do SUS e a Saúde da Família será um pilar fundamental para essa nova maneira de operar.
A abordagem visa um atendimento centrado nas reais necessidades dos pacientes, possibilitando um acesso a cuidados integrados e a uma significativa redução nas filas de espera para procedimentos. Segundo a ministra, isso não apenas diminuirá as diversas etapas que um paciente precisa passar mas também promoverá a utilização da telessaúde para apoiar todo o processo.
No âmbito da Saúde da Família, os objetivos são ambiciosos. Com um planejamento até 2026, espera-se criar milhares de novas equipes, tanto de Saúde da Família quanto de Saúde Bucal, além de equipes multiprofissionais. A ministra enfatizou a importância do médico de família no acompanhamento do paciente, sendo a unidade básica de saúde o centro do processo, inspirando-se em modelos de saúde universal de outros países.
Um elemento crucial do programa é o fortalecimento da telessaúde. Com investimentos significativos e a adesão de quase todos os municípios brasileiros, a expectativa é transformar digitalmente o sistema de saúde e tornar os especialistas mais acessíveis, especialmente em regiões remotas. Até agora, milhares de municípios se beneficiaram de serviços como teleeletrocardiogramas, demonstrando o potencial dessa abordagem.
Os recursos federais destinados para esses fins sofrerão uma correção significativa, agora condicionados à eficiência no ciclo de atendimento ao paciente. Além disso, está prevista a colaboração entre os setores público e privado através de novos contratos baseados na oferta de Cuidado Integrado (OCI), garantindo uma remuneração melhor para os prestadores de serviços que se alinharem a essa nova proposta de atendimento.
Para adesão ao programa, será necessário que gestores estaduais e municipais elaborem e submetam planos de ação específicos, visando otimizar o planejamento e o monitoramento dos serviços de saúde em suas regiões.
O programa também inclui o desenvolvimento do aplicativo Meu SUS Digital, que permitirá aos cidadãos e profissionais de saúde um acompanhamento detalhado do ciclo de cuidado.
Durante o anúncio do programa, foi também destacada a importância da vacinação, com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebendo a vacina contra a gripe como um gesto para encorajar a imunização pelo país.
Esse renovado foco nas necessidades dos pacientes, ao invés de procedimentos isolados, representa uma mudança significativa no sistema de saúde brasileiro, buscando mais eficiência e humanização no atendimento à população.