FBI Reforça Análise de Documentos Relacionados a Jeffrey Epstein
O FBI intensificou a análise de centenas de documentos ligados ao caso do falecido financista Jeffrey Epstein. Segundo o The Wall Street Journal, essa ação gerou preocupações entre advogados de vítimas e funcionários devido ao risco de exposição de informações sensíveis sobre as vítimas de abuso sexual e testemunhas.
Conforme o veículo, a procuradora-geral Pam Bondi ordenou a revisão dos arquivos em busca de cumprir sua promessa de liberar mais informações. A entrega inicial de documentos em fevereiro foi criticada por não trazer revelações significativas. Bondi assegurou que o FBI havia retido milhares de páginas relacionadas a Epstein e que agora está empenhado em garantir que “nenhuma pedra fique sem remover”.
Esforços Intensos Sob a Direção do FBI
Com direção do diretor do FBI, Kash Patel, e coordenação de Bondi, agentes foram designados para turnos de 12 horas na revisão dos documentos. De acordo com o The Wall Street Journal, as instruções incluem redações mínimas, ocultando apenas nomes e informações pessoais das vítimas, como números de telefone e contas em redes sociais. No entanto, detalhes como cidade e estado de residência devem permanecer visíveis.
Os revisores não podem remover grandes blocos de texto, e nomes de terceiros, que podem incluir testemunhas e familiares, não serão protegidos. Caso encontrem fotografias de vítimas, se estiverem nuas, o corpo completo pode ser mostrado; se vestidas, apenas o rosto pode ser ocultado.
Preocupações com a Metodologia
Essa abordagem gerou preocupação entre alguns funcionários do FBI, que temem que a falta de experiência dos revisores em lidar com informações delicadas possa resultar em divulgação acidental de dados identificáveis das vítimas. Advogados das vítimas alertaram que detalhes identificáveis estão dispersos nos arquivos, aumentando o risco de exposição.
Advertências dos Advogados das Vítimas
Em uma carta enviada a Bondi em 28 de fevereiro, os advogados Brad Edwards e Brittany Henderson, representando mais de 150 vítimas de Epstein, apoiaram a divulgação de informações, mas destacaram a necessidade de proteger a privacidade das vítimas.
“Se o processo de redação for realizado por pessoas sem um conhecimento completo dos detalhes do caso, é provável que os nomes e informações identificativas das vítimas sejam tornados públicos por engano”
, advertiram. Também apontaram que uma divulgação não intencional poderia ter “efeitos devastadores”.
Papel de Kristina Rose no Caso
A ex-diretora do Escritório de Vítimas de Crimes do Departamento de Justiça, Kristina Rose, classificou o processo como uma “traição chocante” à confiança das vítimas e uma violação das políticas do próprio Departamento de Justiça.
Controvérsias Envolvendo Jeffrey Epstein
O caso de Jeffrey Epstein tem sido um dos mais controversos recentemente. De acordo com o The Wall Street Journal, Epstein continuou a explorar sexualmente mulheres após sua condenação em 2008 na Flórida, utilizando sua rede de contatos influentes para atrair vítimas. Ele foi preso novamente em 2019 por acusações de tráfico sexual, mas morreu na prisão, o que o médico legista de Nova York determinou como suicídio.
Muitas informações que estão sendo revisadas foram usadas no julgamento de 2021 contra a socialite britânica Ghislaine Maxwell, condenada por colaborar com Epstein em um esquema de abuso sexual. Maxwell recebeu uma sentença de 20 anos de prisão.
Críticas à Primeira Entrega de Documentos
A primeira entrega de documentos feita por Bondi foi duramente criticada, especialmente por setores conservadores, que a consideraram insuficiente. Isso levou a uma reorganização no escritório do FBI em Nova York, que liderou a investigação de Epstein. Segundo o veículo, o agente principal, James Dennehy, foi removido do cargo em meio às tensões geradas pelo tratamento do caso.
Alguns setores da direita sugeriram que o governo poderia estar ocultando informações sobre uma suposta lista de homens poderosos, incluindo políticos democratas, que teriam abusado das vítimas de Epstein. No entanto, o The Wall Street Journal informou que não há evidências que apoiem a existência de tal lista.
Declarações do FBI
O advogado de várias vítimas afirmou que mais de 20 homens foram apontados por mulheres traficadas por Epstein como supostos participantes em atos de abuso ou exploração sexual. O FBI, sob supervisão de Patel e do vice-diretor Dan Bongino, reiterou seu compromisso com a transparência no tratamento dos arquivos de Epstein. Segundo declarações coletadas pelo The Wall Street Journal, a agência garante que todos os requisitos legais e administrativos estão sendo cumpridos.