Educação: Prioridade nos Discursos, Descaso na Prática
A cada ciclo eleitoral, a promessa de melhorias na Educação é repetida incessantemente. Os candidatos garantem um ensino público de qualidade superior, melhor preparação dos estudantes e escolas bem equipadas. No entanto, a realidade é bem diferente.
Realidade Desconectada
Governantes, infelizmente, parecem descolados da realidade, tentando o impossível: avançar na Educação enquanto deterioram as condições de trabalho dos professores. Muitos prefeitos e governadores não respeitam o piso salarial desses profissionais, e o número de professores temporários supera o de efetivos. As condições de trabalho são mínimas; por exemplo, várias escolas na rede municipal do Rio de Janeiro sofrem com a falta de ar condicionado em anos de recorde de calor.
Reconhecimento e Remuneração
Professores, frequentemente elogiados como heróis em reportagens por seus esforços em regiões remotas ou por criarem métodos inovadores com escassos recursos, não recebem o mesmo reconhecimento na folha de pagamento. Pelo contrário, alguns direitos conquistados devido às características do trabalho estão sendo retirados.
Políticas Controversas
O prefeito Eduardo Paes, por exemplo, aprovou na Câmara Municipal um projeto que amplia a hora-aula de 50 para 60 minutos, aumentando a carga horária dos professores sem reajuste salarial. Isso ignora o tempo extra que esses profissionais dedicam à correção de provas e planejamento de aulas fora do ambiente escolar. Além disso, houve a divisão do período de férias, decretada com sarcasmo e acompanhada de repressão policial contra professores em greve.
Questões Nacionais
Em todo o Brasil, outros problemas persistem. A tentativa de substituir o talento dos professores por aplicativos e recursos digitais, a instalação de escolas cívico-militares, onde militares ocupam espaços que deveriam ser dos profissionais da educação, e a crescente privatização das escolas públicas são apenas algumas das distorções atuais.
Ameaça aos Orçamentos da Educação
Adicionando à lista de preocupações, surge a “PEC alternativa”, proposta por deputados como Pedro Paulo, Kim Kataguiri e Júlio Lopes, que busca eliminar a obrigatoriedade de destinar um percentual mínimo do orçamento à Saúde e Educação. Na prática, o ensino só aparece como prioridade nos discursos políticos, enquanto os investimentos nessa área diminuem constantemente.
Notavelmente, não se observa investimento significativo no que é considerado o principal motor de melhoria da educação: o profissional do ensino. Ao invés de valorizá-los, os governantes e políticos parecem estar implantando um sistema educacional sem professores. Posteriormente, não compreendem por que uma parcela crescente da população, desiludida, defende a falsa solução de realizar política sem políticos.
Fonte: https://iclnoticias.com.br/governantes-querem-educacao-sem-professores/