São Paulo amplia participação da Guarda Civil Metropolitana na fiscalização do trânsito
Desde 2018, o número de agentes de trânsito em atividade nas ruas de São Paulo vem diminuindo, levando a Prefeitura e a Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) a buscar alternativas para garantir a organização do tráfego na cidade. Uma dessas soluções tem sido o aumento no número de guardas civis metropolitanos (GCMs) autorizados a fiscalizar o trânsito.
No início de outubro, a CET credenciou mais 137 guardas, que receberam treinamento para auxiliar na organização do trânsito, incluindo a aplicação de multas. Com essas novas adições, a cidade passa a contar com 4.451 guardas da GCM credenciados para essa função, conforme a Secretaria Municipal de Segurança Urbana (SMSU).
Esses números se somam aos 1.482 agentes de trânsito da CET, popularmente conhecidos como “marronzinhos”, atualmente em atividade na capital. No entanto, esse total vem diminuindo a cada ano e já é 14% menor do que em 2018, quando havia 1.726 agentes de trânsito atuando nas ruas.
Enquanto isso, a frota de veículos da cidade continua em constante crescimento. De acordo com a Secretaria Nacional de Trânsito (Senatran), o número de veículos em São Paulo aumentou 13%, passando de 8,2 milhões em 2018 para 9,3 milhões em setembro de 2023. Isso representa um acréscimo de quase 1,1 milhão de novos veículos, fazendo com que o total de carros subisse de 5.729.252 para 6.198.693, um aumento de 8,1%.
Para o professor Luiz Vicente Figueira de Mello Filho, especialista em Mobilidade Urbana, a substituição dos agentes de trânsito pela GCM não é suficiente para lidar com a complexidade do tráfego atual da cidade. Ele argumenta que, com o crescimento da economia e o aumento da mobilidade, é essencial ter um número adequado de agentes nas ruas para garantir a fluidez do tráfego e a segurança dos motoristas.
Atualmente, a CET está realizando um concurso público para a contratação de 254 funcionários, sendo 200 vagas para agentes de trânsito. Segundo a empresa, os guardas civis metropolitanos credenciados não receberão alterações em sua rotina de trabalho, continuando a cumprir suas responsabilidades habituais. O uso dos GCMs na fiscalização do trânsito foi autorizado pelo Supremo Tribunal Federal em 2015, e desde então tem sido uma prática adotada em todo o país.
É importante ressaltar que o ideal seria ter um número suficiente de agentes de trânsito para lidar com a atual demanda da cidade. No entanto, a implementação de tecnologias, como câmeras de monitoramento e semáforos inteligentes, poderiam ser utilizadas para complementar a fiscalização e garantir a segurança no trânsito. A prefeitura precisa acelerar essa implantação para adequar-se às necessidades crescentes de São Paulo.