Desde 1974, as vacinas têm desempenhado um papel crucial na salvação de aproximadamente 154 milhões de vidas ao redor do globo, o que significa que cerca de seis vidas são salvas a cada minuto, revela um recente estudo da Organização Mundial da Saúde (OMS). Este anúncio veio a público na última quarta-feira (24), marcando um marco significativo na história da saúde global.
Esse impacto notável na saúde pública é atribuído à vacinação contra 14 enfermidades específicas, incluindo, mas não limitado a, difteria, hepatite B, sarampo, tétano, febre amarela, rubéola, tuberculose, meningite A e coqueluche. Essas doenças, outrora grandes ameaças à saúde pública, agora têm seu risco significativamente diminuído graças aos esforços globais de imunização.
Um destaque especial é dado ao sucesso da imunização infantil. Conforme relatado pelo estudo, disponibilizado na revista médica de prestígio, “The Lancet”, das vidas salvas estimadas, 101 milhões foram de bebês. Esse esforço coletivo conseguiu reduzir a mortalidade infantil global em 40% e em 52% no continente africano, ilustrando o poder da vacinação na transformação da saúde pública.
Em particular, a imunização contra o sarampo merece reconhecimento pelo seu impacto substancial na redução da mortalidade infantil global em 60%, uma conquista extraordinária que salienta o valor inestimável das vacinas na proteção das populações mais vulneráveis.
Além disso, a OMS enfatizou os benefícios além da prevenção de doenças. Mais de 20 milhões de pessoas mantêm sua capacidade de caminhar hoje graças à imunização contra a poliomielite, destacando o vasto espectro de benefícios proporcionados pela vacinação.
Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS, celebrou as vacinas como “uma das invenções mais poderosas da História”, enfatizando seu papel crucial na prevenção de doenças que antes eram temidas. Este comentário ressoa com a importância da continuidade e expansão dos programas de imunização.
No entanto, a publicação deste estudo ocorre em um momento desafiador, com a vacinação enfrentando retrocessos devido à diminuição dos programas de imunização, um efeito secundário da pandemia da covid-19. Isso resultou em 67 milhões de crianças desprotegidas entre 2020 e 2022, contribuindo para um aumento de 84% nos casos globais de sarampo entre 2022 e 2023 — uma lembrança da importância crítica de manter esforços de vacinação.
Este estudo foi divulgado durante a Semana Mundial da Vacinação 2024, um evento que se estende desde a última quarta até a próxima terça-feira (30), servindo como um chamado à ação para revitalizar e reforçar programas de imunização ao redor do mundo. (Agência Lusa)