Descoberta de Síndrome Pós-Vacinação Associada a Vacinas de mRNA Contra Covid-19
Pesquisadores da Universidade de Yale identificaram uma síndrome preocupante associada às vacinas de mRNA contra a Covid-19, denominada “síndrome pós-vacinação”. Esta condição inédita provoca sintomas como confusão mental, tontura, zumbido no ouvido e intolerância ao exercício. O estudo foi divulgado nesta quarta-feira (19) pelo tabloide britânico Daily Mail.
Alguns dos indivíduos afetados apresentam alterações biológicas notáveis, como diferenças nas células imunológicas e a presença de proteínas do coronavírus no sangue, mesmo anos após a vacinação. Além disso, a condição parece reativar o vírus Epstein-Barr, que pode desencadear sintomas gripais, linfonodos inchados e problemas nos nervos.
Detalhes da Pesquisa
Na fase mais recente da pesquisa, a equipe de Yale analisou amostras de sangue de 42 pessoas com a síndrome pós-vacinação e 22 pessoas sem a condição, entre dezembro de 2022 e novembro de 2023. Os resultados indicaram que os pacientes com a síndrome tinham proporções diferentes de algumas células imunológicas. Embora essas diferenças não tenham sido associadas a sintomas específicos, a equipe também avaliou 134 pessoas com Covid longa, cujos sintomas se assemelham aos da síndrome pós-vacinação, além de 134 receptores de vacinas saudáveis.
Impacto do Estudo
Mais de 90% dos adultos já foram infectados pelo Epstein-Barr, um vírus comum transmitido por fluidos corporais, como saliva ou sêmen. Após os sintomas desaparecerem, o vírus pode permanecer dormente no corpo, sendo reativado quando o sistema imunológico está comprometido.
Indivíduos com a síndrome pós-vacinação também apresentaram níveis elevados de proteínas spike da Covid-19, superiores aos encontrados em pacientes com Covid longa. A pesquisa sugere que essas proteínas spike persistentes podem manter o corpo em constante inflamação, contribuindo para os sintomas da Covid longa.
Limitações do Estudo e Próximos Passos
O principal limitador do estudo é seu tamanho reduzido, conforme destacado pelo Dr. Gregory Poland, editor emérito da revista Vaccine e presidente do Atria Research Institute, ao New York Times. Ele afirmou: “Apesar dessas limitações, eles descobriram dados interessantes que necessitam de mais pesquisas. Estudos muito maiores com indivíduos cuidadosamente definidos e fenotipados precisam ser realizados.”
O Dr. Harlan Krumholz, coautor sênior do estudo e professor de Medicina na Universidade de Yale, declarou: “É evidente que alguns indivíduos estão lidando com desafios significativos após a vacinação. Nossa responsabilidade como cientistas é escutar suas experiências, investigar as causas e buscar formas de ajudar.”
O Dr. John Wherry, diretor do Instituto de Imunologia da Universidade da Pensilvânia, não envolvido na pesquisa, recomendou cautela com os dados e mencionou que algumas proteínas spike em excesso podem resultar de infecções não detectadas por Covid-19.