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Tarifa zero nos ônibus de Cidade Tiradentes durou uma década; Projeto de Erundina para estendê-la em todo o município é rejeitado na Câmara

Em 1992, a então prefeita de São Paulo, Luiza Erundina, abastece com gás natural um dos ônibus da antiga Companhia Municipal de Transportes Coletivos (CMTC). — Foto: Acervo pessoal

Tarifa Zero em São Paulo: Uma ideia antiga que ressurge como proposta do atual prefeito, Ricardo Nunes (MDB), para agradar os eleitores em busca de reeleição em 2024. No entanto, essa não é uma novidade na capital paulista, pois já foi experienciada durante a gestão da ex-prefeita Luiza Erundina (PT) em 1991, em Cidade Tiradentes, com linhas de ônibus gratuitas dentro do bairro.

Na época, Erundina e o secretário de Transportes Lúcio Gregori implantaram a municipalização do transporte público em toda a cidade, permitindo o aumento da frota e a criação das linhas gratuitas. No entanto, essa iniciativa foi interrompida nas gestões seguintes, até que agora, após mais de três décadas, a ideia ressurge como possibilidade para os domingos e período noturno.

A proposta de Erundina na época era implantar gradualmente a gratuidade em toda a cidade, começando pelos domingos e à noite. No entanto, a falta de maioria na Câmara Municipal impediu a discussão e aprovação do projeto de lei que propunha a tarifa zero financiada por meio de um IPTU progressivo.

Embora a ideia seja bem-vinda, há desafios a serem enfrentados para torná-la viável. O custo previsto para a implantação da tarifa zero em toda a cidade é de cerca de R$ 12 bilhões por ano, o que representaria um grande impacto no orçamento municipal. Mesmo com um orçamento consideravelmente maior do que na época de Erundina, a prefeitura ainda precisaria de uma nova fonte de receita para sustentar a proposta.

Uma possibilidade em discussão é a implantação da Contribuição pelo Uso do Sistema Viário (ConUsv), proposta pela própria Erundina por meio da PEC 25. Essa contribuição seria aplicada aos veículos particulares, de acordo com seu porte e potência do motor, gerando uma renda extra de até R$ 6 bilhões por ano para a prefeitura de São Paulo.

No entanto, mesmo com essa nova fonte de receita, a prefeitura ainda precisaria investir recursos públicos para financiar o sistema, devido ao alto custo anual. Portanto, é necessário repensar a forma como o sistema viário das cidades é utilizado, buscando uma distribuição mais justa dos custos.

Luiza Erundina, agora deputada federal pelo PSOL, continua empenhada em viabilizar a tarifa zero e articula a votação da PEC 25 no Congresso Nacional. Aos 89 anos, ela espera que essa proposta seja aprovada em breve, garantindo a mobilidade e igualdade de acesso ao transporte público para todos os trabalhadores das cidades brasileiras.

Resta aguardar se a ideia antiga de Luiza Erundina será finalmente colocada em prática, permitindo que os cidadãos tenham liberdade de locomoção e não fiquem mais limitados economicamente para visitar suas famílias, aproveitar espaços de lazer e desfrutar das diversas oportunidades que a cidade oferece. A tarifa zero pode ser vista como um direito fundamental, que contribui para a construção de uma cidade mais justa e democrática.

Fonte: https://g1.globo.com/sp/sao-paulo/noticia/2023/12/04/tarifa-zero-nos-onibus-vigorou-em-cidade-tiradentes-por-10-anos-erundina-quis-ampliar-para-o-resto-de-sp-mas-foi-barrada-na-camara.ghtml

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